O ensino de Paulo sobre a relação Lei-Graça é deturpado por religiões que ensinam que a graça anula a lei ou a substitui. Isto é um absurdo porque a razão de existir graça (indulto, perdão de pecados) é exatamente porque existe um código de leis em vigor! Sem a existência de mandamentos não precisaríamos de um advogado (Jesus), de um Juíz (Deus) e nem mesmo de um Dia de Juízo Final, pois não haveria o que ser julgado. No entanto a Bíblia nos assevera que existe uma lei em vigor, um advogado da raça humana e um juíz que há de julgar vivos e mortos!
Vejamos os ensinos de Paulo a respeito:
Romanos 7:4-7
“Assim, meus irmãos, também vós MORRESTES RELATIVAMENTE A LEI, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, e deste modo frutifiquemos para Deus. Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei, operavam em nossos membros a fim de frutificarem para a morte. Agora porém, LIBERTADOS DA LEI, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.”
Vejamos o que o texto diz: A Lei mostra o que é pecado. Por exemplo: Não matarás, não cobiçarás. O texto diz que as paixões PECAMINOSAS eram realçadas pela lei. Óbvio, pois se mato e cobiço não sou crente, mas serei condenado no Juízo de Deus. Porém, vindo Jesus, significa que estou liberto da lei para matar e cobiçar? Lógico que não porque viver em NOVIDADE DE ESPÍRITO significa não matar e não cobiçar. Neste sentido a LEI NÃO MAIS NOS CONDENA. Estamos libertos da condenação da lei. Este é o sentido do ensino de Paulo. Se fosse o contrário, igreja nenhuma poderia dizer que adultério é pecado, pois não existiria mais pecado!
Paulo ensina: (Romanos 4:15) – Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão.
Se a lei não mais existisse, não haveria mais transgressão, mas existe pecado por causa de sua vigência!
O pensamento de Paulo a esse respeito se torna evidente em Romanos. A fé confirma a lei e não a anula:
(Romanos 3:31) – Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.
Obvio que pela fé estabelecemos a lei. Ou é crente quem mata, rouba, cobiça, mente, adultera? Os que fazem tais coisas não são conhecidos como FALSOS CRENTES?
Completando este pensamento, Paulo declara:
(Romanos 2:13) – Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
O JUSTO é quem vive conforme a lei, ou conforme A JUSTIÇA. E a lei de Deus por acaso não é JUSTA? O SALMO 119 é o maior salmo da Bíblia e dedicado a justiça da lei! Ele afirma:
(Salmos 119:86) – Todos os teus mandamentos são verdade.
Outra passagem da Bíblia diz:
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, ABOLIU na sua carne a LEI DOS MANDAMENTOS na forma de ordenanças, para que dos dois criasse em si mesmo um novo homen, fazendo a paz.”
O texto fala de mandamentos de ORDENANÇAS. Ou seja, as leis de caráter cerimoniais: Sacrificio de animais. Com Jesus morrendo na cruz como o verdadeiro cordeiro de Deus, estava abolida na sua carne o sacrificios de cordeiros que eram símbolos da morte do Filho de Deus. Os mandamentos morais não foram abolidos, senão matar e adulterar seria PASSAPORTE PARA O CÉU e não para a perdiçao. O que foi abolido eram as leis de Ordenanças, como a circuncisão e os sacrificios de animais.
O Cristianismo também possui leis cerimoniais que serão abolidas no futuro. Veja aqui o post a respeito.
CONCLUSÃO
Dessa maneira chegamos a seguinte conclusão: quando Paulo diz que morremos para a lei e estamos libertos da lei, ele quer dizer que, uma vez que amamos a Cristo, guardamos seus mandamentos (não roubar, não adulterar, não ter relações sexuais antes do casamento, guardar o sábado etc). Estamos libertos justamente porque nossas atitudes não mais poem em realce a lei, não violam mais o estatuto e dessa maneira o JUIZ DIVINO não nos condenará no Dia do Juízo (não por causa de nossas obras, mas pela fé que tivemos em Jesus e que consequentemente nos levou a viver uma vida piedosa).
Lembrando que a salvação é pela fé que o sacrificio de Jesus apaga pecados e que ele intercede perante Deus como nosso advogado. Esta fé é a fé salvadora que obra nenhuma (caridade, guarda dos mandamentos como meio de salvação) poderá substituir.
FORA DA CARIDADE, neste sentido estrito, HÁ SALVAÇÃO!*
* O espiritismo, uma religião condenada pelas escrituras, ensina que fora da caridade não há salvação.
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